6.09.2023

como faço para voltar a brilhar?

Hoje eu estava olhando fotos antigas e reparei uma coisa que já tinha visto antes: um brilho no olhar, uma vontade de viver, uma curiosidade pelo mundo, um sentimento que eu não sei mais, não faço ideia do que seja, só sei que ele não existe mais, é uma coisa que sinto falta sem saber o que é, sei que já vivi porque está naquele sorriso de canto, naquela faísca que chega a sair do olhar de cada foto, mas não faço ideia de como recuperar, nem sei o que na verdade é.
Sempre me deparo com o vazio existencial da minha carreira bem sucedida, seis anos que por mim poderiam ser apagados completamente da história da minha vida, me levaram à um remédio controlado, que sim, era para o meu bem, porém até então não havia sido necessário até começar a universidade e trabalhar na área do curso e agora após me afastar vejo que é possível viver sem novamente. Esta carreira me trouxe também 25 kg completamente desnecessários e que são a razão da minha infelicidade atual, resquícios de um alto preço a ser pago para agradar aos outros,  me proporcionou também metade da cabeça de cabelos brancos, os quais sempre me prender em frente aos espelhos pois acho lindos, principalmente quando refletem a luz do sol. Minha carreira foi baseada em um curso universitário também fez com que eu abrisse mão de conviver com a pessoa mais preciosa que eu tenho na vida e que tipo de mãe abre mão de cuidar do próprio filho?
Sempre que volto a pensar nas coisas, penso em mim como antes de fazer universidade e depois de fazer universidade, antes de ter um filho e depois de ter um filho. São marcos na vida de mudanças, abismos, precipícios, que ser colocados em uma planta baixa são apenas degraus em uma escada, não são momentos melhores ou piores são apenas outros momentos.
No caso do degrau da universidade posso dizer que tem um blackout enorme que fez com que o brilho do olhar desaparecesse completamente. A pergunta principal é: como faço para voltar a brilhar?


3.05.2023

Depois que comecei a me valorizar, nunca mais transei. (frase de autor desconhecido)

Eu sempre fico estarrecida, estupefata, indignada, pasma e só deus sabe o que mais, a cada vez que paro para pensar nas situações em que já me encontrei.
Me pego perguntando, a carência é um vazio existencial tão grande que supera a fome? A vida? O orgulho? Amor próprio? 
Será que é realmente carência? Ou é uma doença tão devastadora que lhe põem disposta a estar em uma sarjeta de sentimentos por um pouco de sexo e atenção?
"Freud explica!" a frase do ano para explicar tudo e não dizer nada ao mesmo tempo. Pobre coitado, um dos capazes de realmente dar uma explicação plausível e fundamentada banalizado a memes em vídeos.
Aqui jaz mais uma crise existencial por síndrome de abstinência.

1.01.2022

quando decidi me matar

É verão de novo e esta é sem dúvida uma das épocas que eu mais adoro no ano, sol, calor e piscina, e, antigamente confraternizações em família.
Estava vendo uma série, Maid, e percebi o quanto escrever me fazia falta e cá estamos nós novamente, apesar de eu não estar escrevendo propriamente e sim ditando para o celular escrever. Só o fato de ter com quem conversar e poder falar sobre toda essa merda já ajuda.
Cada vez que eu vejo algo sobre insanidade ou problemas e distúrbios mentais eu duvido mais ainda da minha capacidade principalmente na minha capacidade de ser mãe.
Eu sou impaciente, explosiva, impulsiva e não tenho saco nenhum para bagunça e gente que não cumpre regras.
Regras essas que nem foram impostas por mim, regras sociais, regras escolares, regras de convivência básica e aparentemente meu filho resolveu não seguir todas elas, o que me fez lembrar do livro "we need to talk about Kevin". 
Pronto, agora já estou escrevendo...
Um pouco por filho e mãe não cultivarem um bom relacionamento mas principalmente pela mãe não ter capacidade de cuidar do filho, não que ela seja incapaz mas a falta de conexão entre eles torna tudo praticamente impossível.
Essa falta de conexão é o quê me massacra, estou novamente entregando meu filho para o pai cuidar. Isso rasga o peito, só que eu acho que o meu está destroçado por motivos não relacionados ao abandono materno...
É incrível o quanto cabe em um desabafo, o quanto cabe no peito a imensidão do que não é dito
Mas enfim, os motivos que me fizeram em pedaços ao ponto de eu desejar o fim são os mesmos pelos quais me regozijo e esse é o motivo de eu desejar a morte.
Eu estou feliz em entregar a cria, lá ele tem família, gente calma, tranquila, que dá atenção, ajuda na tarefa, leva no médico, explica as coisas calma e pausadamente, sem contar a estrutura financeira.
Eu não consigo um relacionamento, de jeito nenhum, não vivo sem remédio controlado e muitas vezes não são o suficiente conta meus surtos, por vezes depressivos, por vezes tão maníacos que a vontade é atear fogo à casa e ficar lá dentro quebrando tudo,  os avós que mais cuidavam e ficavam com a cria e eram a "família referência", a pesar de um péssimo exemplo, também acabaram separando, é difícil eu sei mas antes tarde do que nunca, e uma escola que ele odiava, nada disso é fácil para um adulto, imagina uma criança.
Esses dois últimos anos foram loucos, consegui um relacionamento duradouro (três meses), foram três mudanças de residência, quatro empregos só esse ano, perdemos um familiar próximo, minha mãe foi internada por COVID e o quadro foi tão crítico que estava desacreditada, a separação dos meus pais, nem tudo foi ruim, peguei minha casa e minha mãe o apartamento dela mas os perrengues judiaram.
E é claro que eu não soube lidar com nada disso, para tanta gente isso é apenas fatos aleatórios mas eu não sei o que acontece na minha cabeça que não quer mais...
22/12/2021

1.19.2017

eu mudei!


Eu mudei de novo, sem perceber, sem querer, sem saber porque nem como, mas aconteceu sem eu esperar e sem saber o que fazer.
Agora procuro incessantemente a voz que me dirá o que fazer, e qual o sentido e a razão e o porque desse caminho, tão tortuoso e íngreme, que eu espero, que me leve a um lugar sereno e que me faça descansar e sorrir novamente sem o receio de estar sempre por um fio, à beira daquele precipício que me suga sem que eu queira mergulhar nele.
(Não faço ideia de quando escrevi, mas ainda estou parada na ponta da última pedra desse precipício)

9.23.2013

o que descobri foi que morri há algum tempo...

o que descobri foi que morri há algum tempo.

quando fale que você fazia eu me sentir viva estava totalmente errada, ou completamente certa.
eu morri, não notei isso.
e você me trouxe à memória, me fez reviver, momentos que eu sei que jamais voltarão, que não serão substituídos.
o olhar "sincero" (ou não) provavelmente é o que mais dói.
mentir com os olhos não é pra qualquer pessoa, tem minha admiração.
não só nisso, muita coisa me admira em você.
como o fato de eu ter acreditado que estava viva para sentir outra vez,

como se um dia isso fosse realmente acontecer...

7.18.2013

e quando eu parei de usar meia calça rasgada?

Quando eu parei de usar meia calça rasgada?
Foi quando percebi que mesmo tendo tudo, se não for forte o suficiente se pula de uma ponte.
Eu parei quando vi, que não importa como esses rasgos foram feito, mas sim o que fez deles.
Reparei que muitos não tem mais jeito, eles aparecem, mas não trazem mais orgulho.
São memórias boas somente para quem vestia quando rasgou, nada mais.
As meias param de esquentar, e os rasgos ganham outro sentido, talvez até certa repulsa.

7.10.2013

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender: L.F.V.

"Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender:

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria “reuniões”.
8. Há uma linha muito tênue entre “hobby” e “doença mental”.
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão… que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… e que valeu a pena!"

Luís Fernando Veríssimo